Igrejas irmãs, unidas no sangue dos mártires, testemunhas ainda hoje de “novas formas de perseguição e opressão”.
A mensagem do Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, enviada ao Papa Francisco por ocasião das Festas dos Santos Pedro e Paulo, é dedicada aos mártires das Igrejas perseguidas e oprimidas no mundo.
A mensagem do Patriarca foi entregue ao Pontífice na manhã de terça-feira (27/06) pelo Metropolita Job, de Telmessos – copresidente da Comissão mista internacional para o diálogo teológico entre as duas Igrejas – durante encontro com uma delegação do Fanar, presente em Roma para participar da festa dos Santos Pedro e Paulo (da mesma forma uma delegação do Vaticano participa da Festa de Santo André, em Istambul).
“Nos últimos anos – escreve Bartolomeu – temos sido testemunhas, com profunda dor, dos ataques contra os cristãos e os lugares de culto. As nossas Igrejas irmãs são próximas a todos os cristãos perseguidos e oprimidos dos nossos tempos e deste tempo”.
Viagem ao Egito
Na mensagem, o Patriarca repassa a viagem feita em abril ao Egito onde acompanhou o Papa, para rezar juntos pela “unidade, a paz e a justiça” e manifestar a proximidade à comunidade copta-ortodoxa do país.
Bartolomeu recorda o que afirmou na Conferência Internacional sobre a Paz realizada na Universidade de Al-Azhar, no Cairo, reiterando que “nunca pode existir nenhuma violência nem justificativa do terrorismo em nome da religião”.
O Patriarca sublinha como, junto com o Papa, os líderes cristãos sublinharam que “a violência é a negação de todos os credos e doutrinas religiosas”.
Religiões, construir pontes entre as pessoas
A humanidade pede às religiões hoje para serem abertas e solidárias. O diálogo inter-religioso tem como objetivo “superar os fundamentalismos e demonstrar que as religiões podem e deveriam servir para construir pontes entre as pessoas, ser instrumentos de paz e compreensão recíproca, respeitar todo ser humano”.
Em um mundo colocado a duras provas por estes desafios, emerge com clara urgência o quanto é importante para as Igrejas cristãs fortalecer a sua unidade e trabalhar para chegar à plena comunhão, empenhando-se no “diálogo do amor” e da “verdade”.
Neste sentido, os votos do Patriarca para uma nova fase de trabalhos que aguarda a Comissão Mista Internacional para o Diálogo teológico entre as duas Igrejas, que se encontrará em setembro em Leros, na Grécia, para que seja “frutuosa” e possa contribuir para fazer avançar o caminho da Igreja rumo à unidade.
