“Para a Igreja é o momento de ter os seus negócios em ordem. A próxima onda de ataques poderia de fato ser ligada a irregularidades financeiras”. Foi o que disse no último sábado (22) durante o Meeting de Rimini falando sobre o tema “Igreja e dinheiro”, o Prefeito da Secretaria para a Economia, o Cardeal George Pell, que enfatizou que esse é o objetivo pelo qual todos no Vaticano “estamos trabalhando duro”.
No Vaticano, estamos procurando colocar em prática os ensinamentos cristãos sobre a gestão de propriedades e riquezas, em particular, ao serviço dos que sofrem e dos pobres. “Os modernos métodos de contabilidade são bons”, e isso também requer competências de especialistas leigos e a adoção do princípio da transparência financeira. “O patrimônio da Igreja deve ser usado para financiar as obras de bem da Igreja. Estou certo – disse o Cardeal Pell – que é triste ter que vender bens da Igreja, mas às vezes as necessidades pastorais do povo devem vir em primeiro lugar”. “Quando a Igreja tem investimentos e bens, as autoridades da Igreja têm a obrigação moral de alcançar níveis adequados de retorno financeiro”. Quando isso não acontece, significa que outros estão ganhando, em detrimento dos pobres. Também é importante que a instituição se distinga da gestão econômica de seus bens, de tal modo que, por exemplo, um pároco não considere os bens da paróquia como seus.
Cardeal Pell também citou o caso de um Pároco na Austrália que alugava locais a um amigo por um valor baixo. Alugar a amigos ou amigos de amigos por valores mais baixos do que o valor de mercado, sublinhou, é “moralmente errado”. É perigoso e “moralmente errado”, também quando um Bispo, um Pároco ou um Superior religioso “se satisfaz” na gestão do dinheiro da Igreja, afirmando “ de não ter capacidade para gerir o dinheiro”. “Isso – disse Pell – deixa o campo aberto para incompetentes”. Um responsável da Igreja “não precisa ser um especialista, mas deve ser capaz de reconhecer uma gestão ruim do dinheiro”.