SANTA SÉ: DESENVOLVIMENTO PÓS-2015 TUTELE DIGNIDADE DAS PESSOAS

Uma visão de conjunto daquilo que serve para erradicar a pobreza do planeta e não focalizações de um aspecto mais que outro, ditadas por interesses particulares. São os votos da Santa Sé em favor da tutela da dignidade humana, expressos na sede das Nações Unidas, em Nova York, onde estão sendo definidos, estes dias, os objetivos de desenvolvimento pós-2015.

Para a Onu, o “maior desafio global” da humanidade nesta primeira parte do Séc. XXI é a erradicação da pobreza, afirmação totalmente compartilhada pela Santa Sé. E o representante vaticano na sede das Nações Unidas o ressaltou durante seu pronunciamento nas negociações para delinear os Objetivos de desenvolvimento sucessivos a 2015.

Todavia, desfazer a “tirania” da miséria e ampliar o horizonte do “desenvolvimento sustentável” a fim de que “ninguém seja deixado para trás” – buscando dar resposta “às exigências de todas as nações e pessoas, em particular, dos pobres e dos mais vulneráveis” – são metas que, embora ambiciosas, se devem buscar alcançar, segundo a Santa Sé, tendo claros também os objetivos éticos que devem necessariamente acompanhar a empreitada.

A atenção da delegação vaticana se volta, sobretudo, para as afirmações contidas no preâmbulo e na declaração da agenda pós-2015.

Ambas, afirma-se, “poderiam ter falado mais diretamente sobre a importância da integração e da indivisibilidade das três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental”.

Afirma-se que, “certamente, nenhum desses pilares pode ser abordado separadamente um do outro. Por exemplo, a preferência pela proteção do ambiente ou pelo crescimento econômico sem antes considerar a dignidade da pessoa humana e o bem comum da sociedade em seu conjunto, contrastaria com a natureza da própria agenda”.

Recorda-se, ademais, o Papa Francisco na Encíclica “Laudato si”, o disse claramente: as estratégias “por uma solução requerem uma abordagem integral para combater a pobreza, para restituir a dignidade aos excluídos e, ao mesmo tempo, para cuidar da natureza”.

A esse fim, conclui-se, a Santa Sé encoraja “a mobilização de recursos financeiros e não financeiros” mediante todos os canais – ciência, tecnologia, assistência, inovação –, sobretudo, em favor dos “Países menos desenvolvidos, dos que não têm saída para o mar, das pequenas ilhas em desenvolvimento, dos países em situações de conflito e pós-conflito” e de todos aqueles que “se encontram em situações particulares”.