Secretário da Educação abre segundo dia da 80ª. Assembleia Regional dos Bispos

Em sua conferência intitulada Os leigos na educação, o Secretário Estadual da Educação, José Renato Nalini, discorreu em sua palestra sobre Educação: dever do Estado e direito de todos. A Constituição do Brasil de 5 de outubro de 1988 erigiu a educação, mostrando que esta é direito de todos. Mas esse direito de todos é dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade (art. 205 da CF). O preceito inclui todas as pessoas, sem exceção, na titularidade passiva dessa relação obrigacional: não há quem seja dispensado de atuar na educação. Isso vemos desde o tempo dos Jesuítas no Brasil Colônia até a escola pública nos nossos dias. São Paulo nasceu com uma escola. Relevante papel da educação confessional durante séculos.

O conferencista destacou, também, alguns atos de vandalismos ocorridos nas Diretorias de Ensino e nas Escolas Estaduais. Temos que utilizá-las, reconhecer nelas o que há de válido, mas compreender seus limites, para que possamos repensar o Ministério Público, mas também de maneira crítica.

O que pode ser feito? Imprescindível a aproximação de todos junto ao ambiente escolar. Primeiro: porque é um dever jurídico – artigo 205 da Constituição. Depois: porque é um dever moral – um ser ético não pode se sentir descomprometido desse ônus. Terceiro: por prezar a sobrevivência da civilização. O dever do cristão: Sobrepõe-se a todos esses argumentos, o dever cristão de participar do processo educativo. Há uma demanda moral urgente de real envolvimento de toda a Igreja no resgate de almas facilmente manipuláveis pelo mal. A todo batizado incumbe um ministério e, dentre a multiplicidade de veredas para ajudar a Igreja a ser ela própria e a levar a bom termo a sua missão, não é dos menores ou desimportante o ministério da educação, pontuou o palestrante.

Falou, ainda, sobre a importância de Educar para o amor. Para o cristão, o amor tem significado multidimensional. ‘Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos: no amor que tiverdes uns para com os outros’ (João 13,35). Como deixar de sentir e de se deixar levar pela misericórdia, pela bondade e pela compaixão por quem está sendo conduzido para o mal? Como recusar-se a tal missão salvífica? Cultivar e despertar amor: A compaixão é a virtude que nos possibilita valorizar o outro – qualquer outro – por si próprio e não como meio utilitário ou funcional para os nossos fins.

Prosseguiu, o amor-compaixão está presente quando se detectam os indicadores que seguem: 1. ter cuidado conosco; 2.conhecer as nossas limitações e aceitar a misericórdia de Deus; 3. desenvolver a autoestima; 4. escutar com total atenção; 5.estar aberto para o inesperado; 6. tocar-se pelo que experimentamos; 7. entender o significado do que o outro experimenta; 8. compartilhar com o outro o que ele (ou ela) sofre, sem culpa, crítica ou projeção de nossas próprias preocupações; 9. cumprir promessas e compromissos de estar com os outros e amá-los.

Na ordem prática: 1) Estimular o protagonismo da Pastoral da Educação; 2. Conclamar os pais à assunção de suas responsabilidades; 3. Aproximar-se da escola pública e motivá-la a uma vivência fraterna; 4. Adotar afetivamente a escola mais vulnerável.

Após o encerramento da palestra, o secretário de Estado teve um rápido momento para atender as perguntas dos participantes.

Presidentes apresentaram o relatório pastoral – Na parte da tarde os Bispos referenciais das Comissões Pastorais apresentaram o relatório anual de atividades. O relatório trouxe diversas atividades, questões desafiadoras de cada pastoral, empenhos assumidos, com realizações e conquistas.