Sínodo é caminhar juntos para encontrar as respostas, diz jovem brasileiro

O Papa Francisco dedicou a Audiência Geral desta quarta-feira, 20, ao tema “Educar à esperança”, simulando em sua catequese um diálogo com um jovem ou “qualquer pessoa aberta a aprender”.

Francisco dá vários conselhos ao seu interlocutor imaginário: viva, ame, sonhe, acredite, cultive ideais, seja paciente, sinta-se responsável por este mundo e pela vida de cada ser humano. Deus não decepciona. Tudo nasce para florescer numa eterna primavera. Confia em Deus Criador, confia no Espírito Santo que tudo move para o bem, confia no abraço de Cristo que espera cada pessoa no fim da sua existência.

Esta mensagem de Francisco chega uma semana após o Seminário Internacional em preparação ao Sínodo dos Bispos sobre os jovens a ser realizado em 2018, e que reuniu em Roma 82 convidados provenientes dos cinco continentes: 21 jovens, 17 especialistas de Universidades eclesiásticas, 15 especialistas de outras universidades, 20 formadores e agentes de pastoral juvenil e vocacional e 9 representantes de organismos da Santa Sé.

O Brasil também esteve representado no encontro por jovens e por sacerdotes. Entre estes, Vitor, da Comunidade Shalom, há 1 ano missionário em Roma, para quem a semana “foi muito enriquecedora, principalmente para os jovens”. Suas expectativas, inserem-se justamente na catequese do Papa:

Abordar temas como imigração, como política, os jovens e a Igreja, a Igreja que escuta os jovens, e os jovens que escutam a Igreja. E juntos a gente encontra…isto que é o Sínodo, caminhar juntos e juntos a gente vai encontrando as respostas. E é belo porque às vezes a gente pensa que é muito complexo entender o jovem, é muito complexo, um especialista vem explica uma coisa, vem outro e explica uma outra coisa que é diferente do que o outro diz, mas no final a gente percebe que o jovem é simples, que o jovem quer coisa grande, que o jovem quer ser protagonista e que o jovem quer ser amado e escutado.

E o protagonismo do jovem se dá quando “se coloca ele no centro e confia coisas a ele, aos jovens, que é o que a Igreja está fazendo. Confiou a alguns jovens – que aqui estão trabalhando – também a oportunidade de falar, de se expressar. De falar, então eu acredito que o protagonismo se dá quando a Igreja vai em saída para encontrar os jovens. E encontrando os jovens, fala da experiência de Cristo que o jovem, mesmo os mais distantes, tem sede de escutar. E o jovem se sente atraído por isto e quer também dar a vida por isto”.

Entre os tantos temas abordados no encontro, “o jovem e a transcendência”:

Um tema muito bom, muito, muito importante hoje em dia. A gente escutou que a experiência espiritual, um jovem hoje, procura esta experiência, não é que o jovem quer viver longe de uma experiência espiritual, ele procura. Às vezes até na droga ele vai procurar uma experiência de certa forma espiritual. E a linguagem que a Igreja vai buscando hoje, dar uma linguagem nova, uma oportunidade nova, uma experiência nova espiritual, acho que tenha atraído e ainda vai atrair muitos outros jovens”.

Mesmo com os erros, “confiar coisas aos jovens” é uma das expectativas do Vítor para este Sínodo, “e de chegarmos juntos a uma renovação, a Igreja vai se renovando sempre, é belo ver que Deus conduz a Igreja. E hoje Deus conduz a Igreja, também quer conduzir primeiro dos jovens, de um diálogo com os jovens, então esta é a minha expectativa, de uma renovação jovem na Igreja e de uma linguagem jovem”.

A gente precisa rezar pelos jovens, pelo Sínodo, pela Igreja, pelo Cardeal Baldisseri e a sua equipe, que estão com uma grande responsabilidade de escutar os jovens, de adaptar esta linguagem, de encontrar um ponto comum. Então acho que só Deus consegue fazer isto”.