Hoje a Igreja celebra o dia de Santa Luzia, virgem e mártir, protetora dos males da visão. No seu discurso hoje (13), o Papa quis sublinhar alguns valores humanos que a figura de Santa Luzia sugere, valores que ela viveu de forma exemplar por causa da sua fé em Cristo, mas que também são partilhados por todos.
Antes de tudo, disse o Papa, Luzia nos sugere o valor da coragem. Ela era uma mulher jovem, impotente, mas enfrentou as torturas e a morte violenta com grande coragem, uma coragem que lhe vinha de Cristo ressuscitado e do Espírito Santo, que nela vivia. Todos nós precisamos de coragem para enfrentar as provações da vida. E em particular, os cegos e deficientes visuais precisam dela para não se fechar, para não tomar uma atitude de vítima, mas pelo contrário, abrir-se à realidade, aos outros, à sociedade e para aprender a conhecer e valorizar as próprias capacidades.
Um outro valor sugerido por Santa Luzia – continuou o Papa – é o fato de que ela não estava sozinha, mas era parte de uma comunidade, era membro de um corpo, do qual Cristo é a cabeça. Vós sois uma associação, e este é um valor, disse, sublinhando que uma associação não é uma soma de indivíduos, mas algo muito mais que isso. Fazer grupo, viver em solidariedade, encontrar-se, partilhar as experiências, colocar em comum os recursos … tudo isso faz parte do patrimônio civil de um povo, porque a pessoa não está feita para viver isolada mas para se relacionar, completar, ajudar, acompanhar e apoiar-se mutuamente. Todos temos capacidades, reiterou o papa, mas todos temos também limitações!
Finalmente, o Papa disse que Luzia nos diz que a vida é para ser doada. Ela viveu isso na forma extrema do martírio, mas o valor do dom de si mesmo é universal: é o segredo da verdadeira felicidade. E concluiu dizendo que o homem não se realiza plenamente com o ter e nem mesmo com o fazer, ele realiza-se sim com o amor, doando-se. Para viver estes valores hoje é necessário lutar, com o exemplo e a intercessão de Santa Luzia.