Marajó, onde crianças e adolescentes trocam a escola pelas balsas

Nossa hóspede é a Irmã Henriqueta Cavalcanti, da Comissão de Justiça e Paz do Regional Norte 2 da CNBB, que engloba Pará e Amapá. Irmã Henriqueta se dedica aos eixos ‘Tráfico de Pessoas’, ‘Enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes’ e ‘Combate à corrupção eleitoral’. Em entrevista concedida recentemente em Belém (PA), a religiosa ilustra a situação dramática daquela região do norte do país, denunciada também diversas vezes pelo bispo emérito de Marajó, Dom José Luis Azcona, ameaçado de morte.

Melgaço é uma cidade de 26 mil habitantes que tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Ali pelos rios, o problema é a exploração sexual. Crianças e adolescentes usam canoas para se aproximar das balsas que fazem o transporte de cargas entre Belém e Manaus. A princípio, essas meninas entram nas embarcações para vender açaí, farinha, palmito. Mas em muitos casos, acabam sendo exploradas em troca de dinheiro, comida e até de combustível.

Irmã Henriqueta narra a história de uma menina que engravidou aos 11 anos do próprio padrastro e acabou sendo abandonada pela mãe. Violentada fisicamente, a menina hoje sofre também a violência de crescer sem o afeto materno.

Não obstante a impunidade e o medo dos menores em denunciar a violência, a Comissão, em seus anos de luta, obteve alguns resultados exitosos. Ouça a entrevista integral clicando abaixo.